Mais de 1000 jovens lotaram o Teatro Dante Barone
A CUFA RS que nessa quarta (22) deu inicio a mostra fotografica sobre o crack, participou nessa quinta (23) da Audiencia sobre o crack na Assembléia Legislativa.
Mais de mil pessoas lotaram o auditório Dante Barone para acompanhar a audiência pública sobre o crack. A reunião, que durou mais de quatro horas, apontou para ações imediatas, de médio e de longo prazo no combate a esta droga que já ganhou status de epidemia.
Entre os encaminhamentos, se destaca a criação de um Fórum Permanente de Debate sobre o Crack, assim como a elaboração de campanhas institucionais de conscientização à juventude.
Um maior diálogo entre os governos Federal e Estadual referente a investimentos em tratamento dos dependentes químicos, a aproximação junto às universidades buscando estudos referente ao tema e o fortalecimento de órgãos que estão na linha de frente desta batalha, como os Conselhos Municipais e a FASE, também foram destacados. A reunião ainda definiu mais duas audiências públicas como focos específicos. Uma delas irá visar a criação de uma política pública ofensiva contra o tráfico de crack; outra a radiografar a composição da droga.
Juventude e o crack
O grande número de participantes, formado em sua maioria por adolescentes, surpreendeu os palestrantes da audiência.
Compondo a mesa de debate estavam, Sandro Muller "Montenegro contra o Crack", Manoel Soares CUFA RS, Deputado Fabiano Pereira, Secretario de Saude Osmar Terra, Cinara Butteli Ministerio Publico, Major da Brigada Militar Edson Cardoso e Major da Brigada Silvia Vissot.
Entre os presentes, o secretário de Saúde do RS, Osmar Terra, alertou o público sobre os perigos da droga. "O Estado do Rio Grande do Sul considera o crack o maior problema de saúde da atualidade. O crack mata seis pessoas por dia. O consumo de crack acaba com cérebro, fígado e pulmão. Poucos jovens usuários chegam aos 30 anos de idade", informou Terra que também lembrou a existência de 55 mil dependentes da droga no Estado, aproximadamente.
Manoel fala dos maleficios fisicos e sociais do crack
Aplaudido pelos jovens do teatro, Manoel Soares, coordenador estadual da Central Única das Favelas no RS (CUFA RS), não mediu palavras ao alertar o público adolescente sobre o perigo que o crack traz e seus malefícios fisicos e sociais. Alertou o que a maconha nos dias atuais pode representar. "São raras as bocas que vendem maconha "limpa". A maioria mistura com crack", informou. "Ano passado, apreenderam 200 quilos de crack. Vocês podem pensar: ‘Ah, mas isso é pouco’. Mas não é. Cada pedra de crack que é vendida tem em média, 0,24 gramas. Isso dá oito milhões de pedras de crack", completou.
Alertou sobre a questão familiar e ressaltou a importancia de incluir a familia no processo de desintoxicação, nesse caso, psicologicamente viciadas.
Citou também as ações da CUFA no estado em 2008 que somente em palestras do Circuito Papo Reto atingiram mais de 30 mil jovens e sobre o calendário 2009 que se abriu com a Campanha de Montenegro Contra o Crack, coordenada por Rogério Santos, Coordenador da CUFA em Montenegro e das ações locais que serão realizadas em parceria com o Governo do Estado nas escolas, através de oficinas e palestras com a exposição Bak! Na pedra a sociedade treme!
Também participaram da audiência pública os deputados estaduais Alceu Moreira, Alberto Oliveira e Sandro Boka (PMDB), Miki Breier (PSB) e Stela Farias (PT); o representante da Câmara de Deputados, Germano Bonow (DEM); a representante da UNESCO, Cintia Bonder; o representante da Defensoria Pública, Nilton Arnecke Maria; a representante do Ministério Público, Cinara Butteli; o representante da Brigada Militar, Major Edson Cardoso; representante da OAB-RS, Ricardo Breier, o presidente da Associação do MinistérioPúblico, Marcelo Lemos Dornelles.
Foto: Luis Francisco Silva e William Silveira Rodrigues